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Busca por crédito recua

Em relação a abril do ano passado, a redução foi de 9,8%, a sexta retração consecutiva na base de comparação anual.

Apesar de todas as medidas adotadas pelo governo para estimular a economia, o brasileiro segue cauteloso quando o assunto é crédito. Com a inadimplência em alta, a demanda do consumidor por empréstimos, registrada pelo indicador da Serasa Experian, recuou 11,2% em abril, na comparação com março deste ano.

Em relação a abril do ano passado, a redução foi de 9,8%, a sexta retração consecutiva na base de comparação anual. O estudo mostrou ainda que, no primeiro quadrimestre, a procura foi 7,6% menor do que em igual período de 2011 — o pior desempenho desde 2008, segundo a entidade.

Inadimplência
Na avaliação dos técnicos da Serasa, o tombo no indicador é explicado pelo aumento da inadimplência verificado desde o início do ano passado, que tem levado os consumidores a quitarem as dívidas em atraso antes de se comprometerem com novos financiamentos. "Enquanto não cair o percentual de endividamento, o consumidor não vai querer se endividar mais", afirmou o economista Luiz Rabi. Ele destacou que, mesmo que os bancos tenham baixado os juros em várias operações, essa queda é restrita para alguns clientes. "Os bancos estão muito seletivos", afirma.

O estudante Jefferson Lima, de 22 anos, teve um susto quando viu a fatura do cartão de crédito. Para quitar a dívida de R$ 1,3 mil, ele tentou obter um empréstimo bancário de R$ 700. Não deu certo e ele acabou se endividando novamente. "Acabou virando um círculo vicioso. Ganhava um dinheiro extra e era só para pagar as dívidas. Quando conseguia quitá-las, me enrolava de novo", lembrou. Ainda hoje, Jefferson tem pendências financeiras no orçamento, mas garante que são bem menores. "Passei a comprar o que eu preciso à vista. Dessa maneira, sei que no mês que vem não vou ter uma bomba nas mãos."

Queda generalizada

A baixa procura por crédito atingiu todas as camadas de renda da população, sendo que o recuo foi maior nos consumidores de renda mais elevada, que ganham entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês. Essa classe registrou queda de 12,5% em abril. Os que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil apresentaram retração de 12,3% no mesmo período.