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Trabalho Flexível: estratégia para atrair e reter talentos em 2023
Diante dessa nova regra imposta, os colaboradores estão dando sinais claros de estarem prontos para abandonar seu trabalho atual e buscar outra posição em empresas que mantenham, pelo menos, o trabalho híbrido e com mais flexibilidade.
É completamente compreendido e conhecido por todos que o mercado de trabalho sofreu impactos profundos com a pandemia de Covid-19 a partir de março de 2020.
O que é interessante analisarmos é que as mudanças e os impactos não param de acontecer, e as empresas e suas áreas de Recursos Humanos não sabem muito bem o que estão fazendo e o que devem fazer nesse cenário.
A tendência de fazer com que as pessoas voltem ao trabalho presencial de maneira obrigatória está trazendo impactos inesperados. As empresas sabiam que haveria impactos, mas não dimensionaram que seriam tão negativos.
De um lado, temos as lideranças desejando e acreditando que a produtividade aumente e a interação entre os colaboradores seja benéfica para o dia a dia; do outro, temos os colaboradores que, em sua maioria, reorganizaram toda a sua vida com base no trabalho remoto e no conforto que ele trouxe.
Diante dessa nova regra imposta, os colaboradores estão dando sinais claros de estarem prontos para abandonar seu trabalho atual e buscar outra posição em empresas que mantenham, pelo menos, o trabalho híbrido e com mais flexibilidade.
O sentimento dos colaboradores é de que as empresas que voltaram atrás e ordenaram o retorno ao trabalho presencial estão quebrando compromissos e demonstrando falta de clareza e sinceridade nos motivadores.
E também já é visível que as empresas que voltaram ao trabalho presencial todos os dias estão enfrentando problemas com a atratividade dos candidatos.
Essa tem sido uma das primeiras perguntas dos candidatos: como é o modelo de trabalho da empresa? Se ouvem que o modelo presencial é obrigatório, na maioria das vezes, já desistem de participar do processo seletivo, mesmo em situações onde pode haver um aumento na remuneração e na carreira.
Os valores pessoais mudaram. Antes, os profissionais buscavam principalmente a segurança que a empresa pudesse proporcionar e o pacote de remuneração. Com a adaptação forçada que a pandemia nos obrigou a enfrentar, passamos a buscar na flexibilidade e no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional o nosso porto seguro.
Hoje, a liberdade de atuar de maneira a organizar a vida pessoal e profissional, onde o ambiente do escritório não consome mais 8 horas do dia, além do tempo de deslocamento, tem um peso muito alto nas decisões das pessoas.
As relações também mudaram. As pessoas passaram a valorizar a conexão com suas famílias, com seus amigos que não viam há tempos, com a possibilidade de encaixar atividades físicas em sua rotina, buscar os filhos na escola e outras atividades que eram relegadas a segundo plano.
Isso tudo sem deixar de trabalhar e produzir, mas a forma de buscar e atingir resultados também mudou. Nunca se falou tanto em atingir resultados e em como mensurá-los.
O que motiva e engaja sofreu uma alteração brutal nesses anos recentes. Não podemos negligenciar isso e precisamos nos debruçar imediatamente sobre esses indicadores.
Para mim, é cada vez mais claro que o trabalho flexível veio para ficar. As empresas que abandonarem esse modelo estarão condenadas a perder muitos de seus talentos e a enfrentar dificuldades nas contratações. As atividades que podem ser exercidas de qualquer lugar precisam ser valorizadas, assim como os profissionais que conseguem trabalhar em qualquer ambiente.
Listo aqui alguns dos desafios de toda a gestão e da área de Recursos Humanos:
- Medir resultados de maneira eficiente;
- Reconhecer a alta performance;
- Lidar com as diferentes gerações e suas demandas;
- Manter as equipes integradas e bem comunicadas;
- Criar um ambiente de confiança;
- Atentar-se à saúde mental dos colaboradores;
Celebrar encontros, entre outros. As empresas têm, neste momento, a oportunidade de rever suas políticas, avaliar o que está sendo feito por meio de benchmarking e, sobretudo, ouvir seus colaboradores.
Quem conseguir manter seus colaboradores engajados sairá na frente e, por consequência, terá melhores resultados.